A dor deixou de ser metáfora.
Se plantou no peito regada à saudade
Ficando à vontade espremendo o ar.
Aperta a garganta e comprime os ouvidos
Retorce as veias, esfria no umbigo
De noite os ossos doem a quebrar.
A Dor que falo não é mais metáfora
Em cada sentido se manifesta
Em coisas novas, em lembranças velhas
Revela meu estado quase transtornal
A miserável se alimenta de insônia
O sumo salgado que sair pelos olhos
Veneno de morte ou alívio óbvio
Inspira meus medos e distorce o real