terça-feira, novembro 30

Sem Conchas


Acho que a dificuldade criativa nesse momento feliz quer dizer que não preciso falar nada sobre estes dias. obre a cura promovida pelo mar, trazendo meus pedaços de volta. Nem sobre a saudade de Deus, desencontrada em cada concha que vai para os bolsos. Porque gostariam de saber que, querendo ou sem querer, meditei sem violão? Nunca confiei tanto no mar, vilão de meus pesadelos. Aquele cristal trincado fora descartado, marcando o final de uma dor. Esse meu significado é secreto. E essa deusa não merece um presente assim mas, se depender de mim, vai chegar o dia... quando a última nuvem sumir, eu desprender de mim e aprender a orar..

domingo, novembro 28

Conchas e Outros Cacos

Agora toda vez que me olharem vão saber
do amor que tive e que não mais vou ter
da cicatriz que foi impressa no meu rosto
um jeito triste de lembrar seu gosto
e esse caminhar de mais um romântico
Agora não vou deixar que mexam nunca
nas caixas e nas lembranças da estante
nem que se aproveitem de seu nome
pra obter qualquer vantagem inútil
Rasgão nas asas, há tempos refaço
mas de dentro pra fora reduz minha aurora
que se valia de tuas raras cores
Sinais no meu rosto. Conchas da areia.
Conchas na areia..Mais uma! São suas.
Põe no ouvido? - TeAmo.

sexta-feira, novembro 19

Você Alguma Vez Viu A Chuva?

Faz tempo que não posto um vídeo aqui. Hoje senti vontade de tomar aquele banho de chuva despreocupado, de realmente sentir a chuva. Chuva, no sentido que quiser usar. Então, um comercial me fez lembrar uma música que sempre toco na rádio cabeça em dias bons: Have You Ever Seen The Rain? de Creedence Clearwater Revival. E sigo aqui, esperando a chuva..



Largo


Eu largo o verso
Eu largo o verbo
Eu largo o choro no chão.
Tão largo o inverno
Tão fácil o tédio
Tão frio dentro do coração.
Largo um sorriso
Esqueço no infinito
Pede carona a uma estrela.
Não entendo esse largo
Não ocupo os espaços
As suas palavras? Esqueça..
Estreitandolaço
Presente embargado
Aves sujando as pedras.
No Largo do Amor Latente
Corro descalça, indigente
Onde construí um monumento teu

Solidando

Busco a solidão desesperadamente. Nos olhos das pessoas, nos braços, nas bocas. Falta algo que me desmerece estar aqui. Entre sorrisos que espalham a solidão, perguntas devolvidas, mentiras desnecessárias.. procurando aquela velha solidão. Vestindo amigos de tantas cores, nos espaços procuro a ponta de algum carretel, uma agulha e retalhos avulsos.. Precisando costurar minha solidão. E a solidão, meu Deus, sou eu. Essa tal solidão sou eu...

Cansaço

Até parece que vim andando lá da outra encarnação. Vivi mais de 8 vidas e essa já me entedia há anos. Já devo ter visto bilhões de rostos, roubado infinitos ares, tocado muitas almas. E minha energia foi se esvaindo.. Eu vim andando lá da outra encarnação, nasci no 7º signo e tenho o dom de não me encantar mais pela rotina milagrosa da vida. Existe um roteirista meio acriativo, reciclando histórias iguais que sou capaz de advinhar. Atravessando tantos portais, cheguei aqui sem roupas, bagagem, pele, um rascunho de alma surrada e o que mais? Vim andando por mais de 15 encarnações e pareço não buscar nada. Preciso de um lugar no qual descanse ou uma forma de espiar esse grande roteiro, tentando encontrar uma pista sobre qual é, afinal, a minha missão.

Relógios

Relógios me engolem. Tropeço nos ponteiros e meus olhos fogem. Eu não quero saber que horas são. Não quero ter o tempo nas mãos, deixa ele ir, ele sabe o que faz. Inimigo desse tic tac descontínuo, sem ritmo, estou em cada minuto em um lugar. O pensamento rege o tempo e por ele é interrompido. Eu não consigo escolher onde é mais rico viver, lá fora ou aqui dentro. Não faço grandes festas. Não ganhei prêmios. Não conheci pessoas politicamente importantes.Mas aqui dentro também não é vida? Minha ação é cega, surda e muda. E muda?