terça-feira, fevereiro 12

Galope



Ígneas bolhas de sabão farão, no céu,
clarão tamanho que terão meus olhos incendiado,
meu pés paralisados,
posto que trota o coração, tão contente reluzente
num corcel endiabrado,
trazendo nas mãos tesouro caro, do tempo que'u era rei.

Serei tão rarefeito que passará por mim papel picado
e entre os dedos, cada dedo,
sístole e diástole, intenso o momento imaginado.


Ígneas bolhas de sabão, clarão no céu de baunilha, Almodovado,
curta distância, tão famintos braços,
num circular da volta-ao-mundo, nos segundos descalçados.
Pipoca. Maça. Hortelã. Cordel encantado . . .


Outono de dias caídos, frutos de feriado.
Pomares de domingos, folhas de calendário.


Cuidado, quando não voa, liquefaz os quatro lábios,
vem detrás da torre realejo do vosso encanto,
em nome do pai, do filho e do sagrado,
livrai-nos dos nós, amém!
Bendito Santo dos Apaixonados...