quinta-feira, maio 28

Das minhas Contas Verbais


Se na vida não existe teoremas
Nenhuma soma está correta
Estou cheia de contas incertas
Aos poucos, subtrai meu ar...
Essa expressão numérica
Minhas incognitas - sentimentos
Em função de teus anseios
Ninguém arrisca decifrar
Uma fração de palavras
Juntas nunca forman um inteiro
Parece que meu devaneio
Nunca vai se esgotar
Fractais.. Verbais!
Repetição das mesmas coisas
E tudo parece complexo
Racionalizar palavras
Cortando tudo que há em comum
A que resultado irei chegar?
Calculando a vida...
Criando fórmulas que não se aplicam
Pessoas não são números,
Nem conjuntos;
E eu não sou uma boa matemática.

terça-feira, maio 26

Janelas


Parece, os olhos desviam

Janelas sobem

Janelas descem

De cores e fotos e nomes

Parece, os olhos espiam

Não é a agora, frio...

Não é a agora, frio!

Da janela mestre

Um mundo de pessoas

Nenhuma delas você

Que me importa

Ocupada, ausente

Volto logo quando meu amor chegar

Janelas sobem

Janelas descem

E em nenhuma delas você

Mais uma vez o barulho

Janela sobe, frio!

Um emoticon qualquer

Mundo no qual me desvio

Mundo que eu controlo

Ou me deixo controlar?

Delete os subniks

Descubro que eles não servem

Se eu não sinto você

Como realmente está

Penso que não valem nada

Mas quanto vale uma presença qualquer?

Pedidas, muitas delas invento

Mas do jeito que der vou estar

Mais perto que o mouse

A tela, e a janela a piscar

Que tua janela para o mar

Para o Mar...Para o Mar...

Para Amar!

domingo, maio 24

Feriado Racional


Venho, através deste, decretar feriado à mente. Sem contas nem expressões numéricas, uma parada, com direito a fanfarra, do meu mundo interior. Alegorias da infância, alegorias de adolescência.. Nunca levei jeito pra balisa! Neste bloco vão cadernos, vão agendas sem sentido, que ninguém além de mim, saberá ler. Passam todos em minha frente, parece que envelheço.. parece que anoiteço sem amanhecer. Toca uma marcha que não ensaiei. Todo mundo para um lado que eu não vou. Feriado Racional. Quem vai cantar meu hino? Está tudo fechado. Aqui hoje não calcula - se, nem produz - se nada. Feriado Racional, mente mal acostumada.

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

(Alphonsus de Guimarães)


Ps: faz tempo que não posto produções alheias
e até senti falta dos meus "PSs". Este é meu poema hoje.

Já vi tantas interpretações pra ele que nem sei.