domingo, novembro 29

Soneto Invertido da Dor


A dor deixou de ser metáfora.
Se plantou no peito regada à saudade
Ficando à vontade espremendo o ar.

Aperta a garganta e comprime os ouvidos
Retorce as veias, esfria no umbigo
De noite os ossos doem a quebrar.

A Dor que falo não é mais metáfora
Em cada sentido se manifesta
Em coisas novas, em lembranças velhas
Revela meu estado quase transtornal

A miserável se alimenta de insônia
O sumo salgado que sair pelos olhos
Veneno de morte ou alívio óbvio
Inspira meus medos e distorce o real

domingo, novembro 8

Das Dores


Das Dores nem sentia mais
Angústias que guardava em si
Com seu rosto frio explicava
Coisas que não precisavam
De nenhum pingo de razão.
Suas dores não gritavam mais .
Queria mais que entendimento.
Isso, em cada choro guardado no peito
Já havia alcançado, agora era passado
E hoje o esperado era agir.
Da Dores desfez as amarras
Seguiu para o campo de flores espinhosas
Passava sem medo entre as braçadas
Sentia sua pele-alma ferida.
Mentia, mas as verdades escapavam
Mesmo sem querer, sem precisar..
Hoje todas foram libertadas
Das Dores saiu dentre as flores
Cheia de marcas e um sorriso intruso
Sangrando e de lágrimas velozes..
Batismo segundo, e necessário
Como Das Dores tantos outros
De vestido rasgado, peito sangrando
Mas na cara, um sorriso de ouro
Que nunca trocaria por nada
Nem pra salvar o vestido
Nem manter a pele alva.
Das dores, os sorrisos largos
E a compreensão de ser autenticamente humano

quinta-feira, outubro 22

Frases Sem Efeito



Quem tem medo das frases de efeito, Daquelas que apertam e nos trazem culpa? Quem tem medo das frases prontas ditas por gente ainda mais tonta que tem nas mãos as regrinhas da vida? Ah, minha sorte querida parece que a todo tempo te jogo no lixo. Não faço nada que sirva. Não presta nada que sinto. As frases feitas correm atrás de mim.. Lições demais, nenhuma vai servir! Por isso fico com meus aforismas originais. Os textos de moral, que importa ser do bem ou ser do mal, afinal tudo podemos ser? Ai, ai, ai que preguiça da vida. Irrita! Assim como livros de auto ajuda, não funcionam justamente por achar que somos todos tão iguais e queremos mais ou menos as mesmas coisas. Ilusão! Quem sabe mais? Quem sabe menos? Frases (sinto muito) sem efeito. Não mandem pra mim esse tipo de email, pois o destino será, sem pensar, a lixeira. Criem seus próprios aforismas de viver. Não precisa viver das frases feitas dos outros.

segunda-feira, outubro 5

22


Mais um aniversário:
No tempo de Chronus
Ou no tempo de Kairos?
Dentro dos números
Que contam minha idade
Ou na intuição
Que dentro de mim
Guarda o que é importante?
Mais um aniversário.
Um número somado que traz nostalgia.
Mais perto de onde?
Mais longe de quem?
O que temos para comemorar?
Uma feliz Vida,
Bons amigos e amigas.
Uma alguém para amar,
Um cachorro com TOC,
Um CD bom de rock,
Um violão pra arranhar.


F e l i Z   V i d A !

sexta-feira, outubro 2

Baús



Baús velhos destrancados
No meio do sótão, enferrujados
Eu tropeço ignorando depressa

Ali dentro, alguma importância?
Baús dentro da alma
Sentimento empoeirados
Velhos, rasgados
Dia de faxina!
A chave não abre
Escada abaixo, desaba
Sem tampa tudo ressurge..
Mas esse amarelo nas cartas
Metade dos diários destruídos
Coisas que nem lembrava mais.
Coisas que se perderam sem volta

Baús velhos, hoje eu posso ver além
Daquele seu fundo falso.
Dia de queimar o passado..
Sem alguma importância?
De fato, um resgate mal feito
De um ensaio que não terminou.
Folhas soltas, papel mofado..
Relendo, entre linhas, alguma verdade
Mas muita coisa que não dá mais para ler..
Quer saber?



Fogo..


Fumaça..


Fim.



E como não existe mais baú
Não há espaço para mais nada..
Sotão arrumado,
Faxina realizada.

quarta-feira, setembro 16

N0t4: Os motivos de escrever








Estive pensando no Cont4s V3rbai5. No início era o verbo. Depois as contas. Assim, surgiram expressões complexas e hoje posto textos só meus. Estive pensando em minha mania de agendas.. tenho várias e sempre foi algo quase vital pra mim tê - las. Escrever, me expressar! Em meio a cópias de poemas que eu adorava e " PS's " à vontade, pouco criava no início do blog. Tudo ficou mais parecido com minhas antigas agendas quando fui descobrindo a graça de escrever pra ninguém e mesmo assim, alcançar as pessoas. Meus escritos muitas vezes não tem porquê. São vivos a partir do momento que são lidos, e cada um vê o que quiser. Que baderna, não? (Favor não comparar às mensagens pessoais do msn). Às vezes escrevo apenas para não desperdiçar aquele motivo. Invento alguém e escrevo pra ele, só pelo prazer de provocar alguma coisa que nem pretendi provocar. (Des)Pretensiosa.. É só uma nota de qualquer coisa.. Se fosse uma agenda, rasgaria essa folha ou desenharia em volta. Escrevi só pra não ter a obrigação de rimar ou seguir o compasso do texto. Só pra virtualizar meu jeito agendado de ser.

À Desvontade.

À desvontade foi deixando.
Foi crescendo, foi tomando,
Já não sabe mais o que é.
Foi um encanto, um feitiço?
Um quadro raso, bonito,
Cuja moldura quebrou
Derramando a imagem.
À desvontade largou as rédeas
Solto na estrada.
Estava caminhando só.
E agora, só com ele mesmo!
A desvontade meteu - se na história
Pendurada nos ponteiros
Pra camuflar o tempo
Interromper os desejos
Deixar as portas abertas
Pra tudo passar, sem pensar
E ela não ser questionada,
Ficando, morando, plantada
A desvontade de mudar...

Ps: A mudança confundida.


segunda-feira, setembro 14

TV - Te Vê!


A TV ligada
Blusão, no chão descalça

Mão no copo, água gelada
Frio nos dedos, na boca,
por dentro na alma

Esta sala que faz eco...

Prazo de validade à solidão.

Em qual das mãos está escrito?

A TV ligada.
Uma caixa, companhia, madrugada

Essa casa gelada

Essa boca sem voz

A alma descalça no chão

Qual o prazo de validade?

A TV ligada.

Na calçada, passadas

Nenhuma termina no trinco da porta.

Esse modo de viver

De conviver pela metade

Qual o prazo de validade?

Palavras geladas no peito.
A TV ligada no centro da sala.

Sem gente, só um corpo oco

Aos poucos, 1 dia pode ser nada

O copo no chão
,
Das mãos, água na cara.

Um oco na alma

E uma fé estranha

Aquele peito guarda..

Botão de TV. Desligada.

Mais uma noite sem fim.
.

sexta-feira, setembro 11

Cadeira Vazia

No centro da sala marcava um lugar privilegiado
O homem sentado conhece o tamanho do seu poder
Tudo vê pela janela: Quem passa quem fala,
E as peripécias dos netos pelo terreiro.
Os pássaros cantam para a entrada do rei
Sua rainha se põe majestosa ao seu lado
O rei que vive calado conhece a todos
Todos temem que a mentira possa ser desvendada
Do seu trono tudo conhece
Desde o tempo das plantas, e as nuvens de chuva
Adentra seu tempo, cadeira da sabedoria
Tudo conhece e me conta de sua vida
Convida a quem chega para dividir
Um rei generoso, firme e amável
Conhecer o mundo através de seu olhar
Lobisomens, caiporas, secas e filhos
Rios de história pra contar.
Hoje a cadeira vazia representa tanto
No centro do templo familiar
Sem o cheiro do cigarro de palha
Sem o reclamar do barulho
A cadeira vazia, como uma técnica da psicologia
Se hoje eu falar tudo que não disse...
Não é mais importante.
O rei em seu túmulo, deixa seus descendentes
Orgulhosamente, valores que soube ensinar
Eu já vi o rei chorar.
Já o abracei como a um gigante!
Já o vi fraco e mesmo assim, forte..
Em meu peito, vida longa ao rei!
Justo, misterioso, vínculo de sangue.
Em seu nome, o que vemos.
Em seu peito, o que sabemos?
.
.
Ps: dedicado ao meu avô Pedro.

domingo, agosto 23

Descombinar


Nada estava combinando. O homem morto sem amigos, sem alguém que levasse o caixão. Morreu sem gritar. Encontrado numa cama vestido em roupas sem combinar. Algum evento no seu corpo tornou - o menos humano: Por não dizer, por não falar, por não andar. E todos os outros também menos humanos mutilados de coração, não estenderam nenhuma das mãos e lamentavam o sacrifício de lidar com a condição que nos põe medo. A família não combinava com ele. Aquela terra, onde está hoje também não. Quem segurou a alça do seu caixão? Até onde somos capazes de perdoar? Até a morte, que parece trazer em si algo de sacro para as pessoas? Não combinou com o dia, nem a cena deveria rodar para as crianças. Nada estava no lugar. Talvez este desarrumado da vida seja justamente o que a faz combinar conosco, pobres, aleijados, calejados humanos. Nada estava combinando.

A solidão que sentia não queria vestir hoje. Quis me refugiar dentro de mim, mas mesmo invadida ainda resta algum lugar para-correr-para. A confusão que se arma é quando tentam me tirar de lá. Ainda doem meus olhos ao encontrar com a luz. Ainda resisto pois lá me sinto segura. Qual ameaça do lado de fora? Quem entra não é inimigo, é o dono da casa. É que neste dia, eu não combinava com nada. Até pensei em ir na missa, tal estado de espírito. Minha empatia foi ao extremo, homem que já nem compunha mais meu quadro da rotina, me causou estranhamento. O que nos aproxima está além do sangue, amizade ou qualquer coisa. O que nos aproxima é o fato de sermos humanos.. o medo de pensar - se na mesma situação.. A reprise de uma notícia no mesmo dia, em outros tempos, da mesma situação. Meu Deus, a roupa da minha alma não combinava com nada.. só com o meu coração. Veja aí em teu guarda roupa se não tem um vestido cinza pra hoje.. pra combinar com o céu ou com este mar...

domingo, agosto 16

Do Futuro


Um copo de água, um passeio na praia, um diploma nas mãos e os filhos crescendo. Futuro agora, mais tarde, semana que vem. Vamos falar de futuro, das coisas que queremos, dos sonhos e caminhos para buscá - los. Futuro agora, passo a passo. Pensamento que não deve adiantar - se no tempo, perder - se neste túnel e tornar - se cego para o hoje. O futuro entre cada tic tac. Não é imediatismo! Cada coisa tem o lugar certo para estar. A ligação, o relatório, as coisas boas e aquelas nem tão boas assim. O que o futuro está pedindo, o que eu vou fazer com ele? Logo logo é passado, esse texto, um email, um retrato! Futuro nosso de cada dia...estrada minha cheia de pedras.. Por que nos apressar se é por causa delas que seremos gente? Meu tempo futuro meu em cada dia construído na tranquilidade de ser o que escolher, e não o que ditam pra mim.

Será?

Enfim.

N0t4: Faxina

O Cont4as V3rbai5 fez aniversário e eu sequer passei aqui. Estou imersa na rotina, no trabalho, na pressa que nos estressa.. e faltou inspiração. Em outros palcos tenho escrito, mas daqui tenho fugido, com também de outras coisas. De recitar um desses escritos para algumas pessoas, por exemplo.. Textos, ganham vida, precisam de outras roupas que talvez nem cairiam bem nestes daqui. Tenho pensado em Deus, em voar e na morte da bezerra. A caixinha da inspiração cheia de teias de aranha.. Aos poucos vou faxinando. Ademais, Feliz Aniversário, meu Diário Virtual.

segunda-feira, junho 15

Arte de Tanto Fazer


Já está tudo tanto fazendo, eu não acredito mais no tempo, tempo meu destruidor. Vai escorregando à francesa, não deixe os copos na mesa, levo o último jornal. Notícia da bolsa de amores: sobe e descer sem parar. Debaixo do travesseiro, barulho de celular. Desperto sem valer a pena, menos para o que devo despertar. Mudemos de rima. Deixemos de clima, acredito no teu mantra. Está tudo tão bom, está tudo tão certo, tudo tão tanto fazendo. Anoitece e amanhece e nada sai do seu lugar. Não consegui mudar de rima, talvez por terminar bem em cima do verbo que mora em mim. Deixemos. Não prometo mais e deixo que tudo tanto faça. Tanto fazer não deu em nada, porque nada se fez? Acato à formalidade, tirando a poesia das coisas. A ciência vive assim, explicando sem sentir nada. No fim dessas palavras, ninguém irá compreender. Se fossem fórmulas exatas, somariam um resultado só: vinte e três.


P[lay]s[tation]: mais de um personagem, tipo daqueles de clipe, que de mim. Aqui toca Cranberries. Às vezes se escreve pra não perder o motivo, mais do que pra dizer alguma coisa. Acredite se quiser. rss

domingo, junho 14

Nada Além - Frejat



Você não quer ver nada além do seu umbigo
E eu quero ver o que há depois do perigo
Você acha que ninguém sofre mais do que você
Talvez porque não saiba ao certo o que é sofrer
Ando pelas ruas cheirando a fumaça dos motores
Enquanto você fantasia suas dores de amores

Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém
Você não quer ver nada além
Que ninguém ensina nada a ninguém

Você não quer ver nada além do seu mundinho
E eu prefiro escrever meu próprio caminho
Você acha que ninguém sofre mais do que você
Talvez porque não saiba ao certo o que é sofrer
Você sonha ser princesa em castelos fabulosos
Enquanto eu vago na cidade entre inocentes e criminosos

REFRÃO

Fique com os seus bonsais, seus haicais
Sua paz, suas flores, seu jardim de inverno
Se isso é céu, Eu prefiro meu inferno


Ps: Certas músicas nos ouvem bem! Sem mais.

quinta-feira, maio 28

Das minhas Contas Verbais


Se na vida não existe teoremas
Nenhuma soma está correta
Estou cheia de contas incertas
Aos poucos, subtrai meu ar...
Essa expressão numérica
Minhas incognitas - sentimentos
Em função de teus anseios
Ninguém arrisca decifrar
Uma fração de palavras
Juntas nunca forman um inteiro
Parece que meu devaneio
Nunca vai se esgotar
Fractais.. Verbais!
Repetição das mesmas coisas
E tudo parece complexo
Racionalizar palavras
Cortando tudo que há em comum
A que resultado irei chegar?
Calculando a vida...
Criando fórmulas que não se aplicam
Pessoas não são números,
Nem conjuntos;
E eu não sou uma boa matemática.

terça-feira, maio 26

Janelas


Parece, os olhos desviam

Janelas sobem

Janelas descem

De cores e fotos e nomes

Parece, os olhos espiam

Não é a agora, frio...

Não é a agora, frio!

Da janela mestre

Um mundo de pessoas

Nenhuma delas você

Que me importa

Ocupada, ausente

Volto logo quando meu amor chegar

Janelas sobem

Janelas descem

E em nenhuma delas você

Mais uma vez o barulho

Janela sobe, frio!

Um emoticon qualquer

Mundo no qual me desvio

Mundo que eu controlo

Ou me deixo controlar?

Delete os subniks

Descubro que eles não servem

Se eu não sinto você

Como realmente está

Penso que não valem nada

Mas quanto vale uma presença qualquer?

Pedidas, muitas delas invento

Mas do jeito que der vou estar

Mais perto que o mouse

A tela, e a janela a piscar

Que tua janela para o mar

Para o Mar...Para o Mar...

Para Amar!

domingo, maio 24

Feriado Racional


Venho, através deste, decretar feriado à mente. Sem contas nem expressões numéricas, uma parada, com direito a fanfarra, do meu mundo interior. Alegorias da infância, alegorias de adolescência.. Nunca levei jeito pra balisa! Neste bloco vão cadernos, vão agendas sem sentido, que ninguém além de mim, saberá ler. Passam todos em minha frente, parece que envelheço.. parece que anoiteço sem amanhecer. Toca uma marcha que não ensaiei. Todo mundo para um lado que eu não vou. Feriado Racional. Quem vai cantar meu hino? Está tudo fechado. Aqui hoje não calcula - se, nem produz - se nada. Feriado Racional, mente mal acostumada.

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

(Alphonsus de Guimarães)


Ps: faz tempo que não posto produções alheias
e até senti falta dos meus "PSs". Este é meu poema hoje.

Já vi tantas interpretações pra ele que nem sei.

quinta-feira, abril 23

O Bilhete


Toda sala tem seu próprio correio comunitário. Sim, aqueles bilhetinhos que passam de mão em mão até chegar ao destinatário. Rápido, é só escrever o nome da pessoa e enviar. Claro, existem aí inúmeras técnicas para esconde - lo do professor. Mas depois falo sobre elas, hoje quero falar de um acontecimento inusitado: eu recebi um bilhete. Meu Deeeuss, eu recebi um bilhete! Depois de anos e anos, passando pra lá e pra cá pedacinhos de folhas dobradas, te todas as cores e todas as linhas, eu... recebi... um bilhete! Mais inusitado ainda é o que estava escrito nele: Lane, como você está hoje? Como? Pera aí, deixa eu ver se entendi: me mandaram um bilhete e ainda por cima perguntaram como eu estou? Se não conhecesse bem a postura do remetente, acharia ser esta uma piada comum dos pseudopsicólogos "como você está se sentindo hoje?". Até relí! Várias vezes. Usei minhas técnicas de grafologia e analisei a estrutura sintática da frase. Fechei, verifiquei se era mesmo endereçado a mim, a assinatura.. Um olhar para o remetente também pode servir como confirmação de envio.

Devo responder, segundo a etiqueta. Como estou hoje?

a) De jeans, camiseta preta com um contorno de coração prata e sandália?


b) Bem?
Como todas as respostas comuns. Na verdade, quem pergunta como estamos não parece preocupado em saber como "realmente" estamos. Basta ensaiar o relato de um único problema que o indivíduo escorrega. Mas não parecia uma pergunta dessa natureza.


c) Estou nostálgica, deve ser o tempo. Um pouco de saudade também misturada com solidão.?
Eita que o povo que visita o blog vai acabar fazendo uma campanha para que eu faça uma terapia, RsSs.


Puxa vida. Alguém perguntou como eu estava! Na falta de costume nem soube a primeiro momento o que responder. E ninguém sabe. A distância entre as pessoas produzida pela correria e superficialidade dos dias atuais nos destreinou. Ninguém precisa virar terapeuta de ninguém, mas acredite, certas atitudes podem fazer muita diferença. Não precisa ser muita coisa, pode até ser... um simples bilhete! =]

quarta-feira, abril 15

Print Screen


(...) Mais um alguém para meu círculo de aurora boreal. Falar de qualquer coisa, de qualquer modo, a qualquer hora. És tu uma das minhas irmãs escolhidas. E esse lugar que sempre lembramos? É o por - do - sol mais belo que há. Do banco em frente parece até um lugar bom. Feliz até. Vamos entrar.
É estranho correr pelos túmulos, altos e baixos, de pedra mármore, cimento, azulejo. De que morreram essas pessoas? Me senti meio anjo novo, guardião atrapalhado das almas. Corre e passa para o lado novo do lugar, a chuva molha e acalma. A cada salto uma lembrança; ou uma morte inventada. Ricos e pobres vão todos para o mesmo lugar. Mas lá você ainda vai saber quem foi um e outro.
Ele está indo... Uma nuvem mais que cinza engole o laranja, amarelo e vermelho. Mesmo assim ainda é belo. Um quadro que gravei em imagem e sentimento. Mistura estranha de tudo que eu gosto em uma paisagem só: tempo fechado, por do sol ali naquele rasgo no tecido céu, e uma garoa que traz essa nostalgia.
Senti alegria. Mesmo sabendo que este também é o meu fim. Senti paz por estar vivendo direitinho. A morte me faz pensar na vida. Como ela está, mais pra vida ou mais pra morte? Fim de semana, Páscoa. Me viro e passo pelo portão, caminho contrário espero fazer por muito tempo daqueles que ficaram.
Dizem que espíritos também habitam a Terra. Alimentam - se de energia. Neste lugar muitos estão presentes. Dependendo da energia atraimos os bons ou maus. Se havia algum(uns) ali, naquele momento, tenho certeza de sua natureza. Quase pude me elevar.
Sem mais. Fica esse Print Screen de sentimentos.

quarta-feira, abril 1

Saudade do Meu Umbigo


Uma vontade de sujar meus pés de barro. De mergulhar em águas doces, deslizar nas pedras e cachoeiras. Imagino e posso lembrar, de acordar com a sinfonia de pássaros. É, eu sei, clichezinho de poemas, mas melhor que viver isso no poema é sentir na realidade. É chuva que cai diferente, faz um barulho diferente na terra, nas árvores.. É um vento que despenteia as copas.. Aqui não tem árvore pra subir. Não tem meu pé de manga predileto, que parece ter crescido preparando um lugar perfeito pra saborear o fruto sem ter que descer. Quero tirar um espinho do meu pé, criar estratégias pra conseguir um caju.. Passar pela porteira onde está enterrado meu umbigo. Dizem que dá sorte. Vejo de um modo diferente. Talvez sem a intenção este gesto acaba me lembrando que não devo esquecer de minhas raízes.. onde estou ligada, por mais ambientes diferentes que eu viva, por mais valores que eu questione, por mais mudanças que ocorra, é lá que está o meu umbigo. Uma saudade de correr pra não deixar as bois comerem a roupa da cerca. De passar pelas cercas, rasgar minha bermuda. Ir no tanque do umbuzeiro em época de chuva pra ver a orquestra de sapos.. Muitos sapos.. que não se vê. Só as bolhas de ar emergindo a cada nota deles.. A manhã tem um cheiro diferente.. é lenha no fogão, é café com leite fresco, do pasto em frente. A tarde é mais lilás! Com Sol lá detras da serra, onde vejo um fio de água descer.. A noite tem o dom de inspirar qualquer mau tocador de violão a tocar, amar.. Observar estrelas deitada na esteira no meio do terreiro.. toda a Via Láctea se encontra lá, é festa no céu. É uma noite que não temo mais como quando era criança, acreditando em Lobisomens de Semana Santa; afinal eu sempre fui "pagã"... Até a cama, que tem cheiro da minha avó, do lençol a fronha.. Tudo é bem melhor, bem melhor que na cidade. Talvez eu ache isso só por causa do meu umbigo, ou sei lá, uma saudade dele.. Uma saudade de lá..

quinta-feira, março 26

Sonho


Lane diz:

Lê meu nik: Vodka = R$3,00 / Salgadinho = R$ 1,50 / Curtir uma Fossa com seu amigo por MSN nao tem PReço !

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

soh três a Vodka?!

que Vodka eh essa?

¬¬'

Lane diz:

ismirnofi

no carnaval eh tres real. Mas pra mim que sou branca é 5. :D

em nage tbm eh 3 real

eu sei nao eh chic

mas da eu gosto da sensação

[ giff de bêbado ]

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

eh pekeno trÊs neh?!

Lane diz:

sim

latinha tbm eh 3 real

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

mas a gnt precisa de uma grande

uma soh pequena nem dah

smirnoff eh legal

Lane diz:

ow derlus, vc lembra de um sonho que vc teve comigo. .. que vc me dava uma joia ? e a jóia não encaixava, aeh vc me dava outra e encaixava bem ?.

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

tem uma na Codical tem uma massa . . .

Lane diz:

eh ?

quanto ?

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

siim

Lane diz:

tem isso ainda . .. .

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

não lembro

Lane diz:

me conta de novo ?

aff

nao lembra. ..

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

lembro do sonho

mas não lembro o preço

rss

Lane diz:

me conta de novu

eh o sonho que quero saber

jah entendi. . ..

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

lembro superficialmente

Lane diz:

[giff observando]

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

eu tinha um presente embrulhado

era tipo um estatua que tinha feito

ae eu achava liindo

e [alguém] tmbm tava no sonho

e ela achava o que eu ia te dar liindo

e vc gostou de outro, que eu acha sem importancia

e quando você segurou era como se brilhasse em suas mãos

como tivesse de ser pra você sempre

entendeu?

o sonho tem mais coisa

Lane diz:

entendi.. .

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

mas ae tah boom neh?!

rss

Lane diz:

pensei que eram joias. ..

rrss bobo. .

que se encaixavam

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

era joia soh quando vc segurava

e virava um colar se não me engano

era soh uma estatua de pedra com um furo

que vc usava de alguma forma

Lane diz:

que ficava perto do coração ?

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

você lembra quando foi esse sonho?

isso mesmo!

você lembra!

Lane diz:

lembro

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

alguem lembra do que eu falo

Lane diz:

ele eh significativo pra mim .. .

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

obrigado!

Lane diz:

besta. ¬¬ claro !

gosto de ouvir as coisas que vc me diz

elas nao chegam como simples palavras

elas vem cercada de magica

e qd vc me disse esse sonho

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

como Thais fala sou muito médio

será mesmo?

Lane diz:

alguma coisa me disse que era pra ser assim

medium poW

k kk k kk

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

acho que sim

isso ae!

ksoaksoaks

Lane diz:

pode ser .. .

Cajuh ! (TanTo FaZ!) diz:

mas sou medio mesmo

meio em tudo

nem dez nem zero

Lane diz:

Cabeça !!!

vou postar isso.



Merchandising: Codical, aqui o preço baixo canta de galo.


Ps: esse é um dos poucos sonho altamente significativos pra mim. E esse carinha aeh, do meu lado, é uma das pessoas mais importantes pra mim também. Viva La vida! Vixe: agora todos sabem meu nome! RssS