domingo, novembro 27

Ampulheta



Tu és, no agora enquanto, esquecimento contínuo.
Na ampulheta demarcou-se algum destino
Prorrogado pela fé de desfazer maiores grãos
Gira e revira, preenche de novo, na medida
Esvaziando o lado esquerdo mais uma vez.
Na mesa a ampulheta. Acordei, e esquecia. Eu sonhei,
Mas em sonho eu também me esquecia. Amanheceu.
Teus cortes tão mais fundos ou muito frágil as minhas teias?


Acordei em desespero, porque tudo desaparecia...
Despejei ali mesmo o mar do meu peito.
Procurando um lenço, tropeçando e sem jeito,
Derrubei a ampulheta, despedaçada no chão.
Areia do esquecimento por todo lado...
A borboleta que morava lá dentro voou alto
E libertou pra sempre os gritos que engessei
Na esperança de um encanto em um grão qualquer.


Tempo.


3 comentários:

  1. Mais um daqueles textos filosóficos...Mas não só isso...Meio sem palavras diante de tanta complexidade em sentimento. É isso! Texto lindo... Parabéns!

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  2. Preciso dar um jeito nesse jeito esquizofrênico de expressar. Ou não! Obrigado pela visita...

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  3. Acho que me perdi ao seu canto do tempo...
    Fiquei sem palavras, sem tino, ganhei meu tempo e me perdi novamente...

    Melhor resumir-me por aqui:
    Texto lindo!²

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Obr1gad4 P0r S0m4r Com a G3nt3! =)