segunda-feira, julho 9

Aos Cuidados da Dor



Com o tempo, a conquista se desarma
Qualquer permissão se aprisiona
No coração o sonho faz redoma
O verbo vem desacertar a boca
A órbita sofre um reboque - solta!
O desejo desabitando as mãos

Palácio vazio, de tons góticos
Um eco imenso nas abóbadas
Os pés lacerados, pela via torta
O padrão do mosaico é monotonia
Reflete cores no chão, sem ousadia
Poeira nos bancos, sem joelhos no chão

Com o tempo a invenção desbota
As ondas voltam e o mar distancia
Os punhos cerram, o hálito esfria
Os nomes abandonam as coisas
Até o canto desencanta a moça
A água suja transborda a bacia

E não é mais possível lavar o amor

Nem escrever sem que a dor tome conta

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obr1gad4 P0r S0m4r Com a G3nt3! =)