Já está tudo tanto fazendo, eu não acredito mais no tempo, tempo meu destruidor. Vai escorregando à francesa, não deixe os copos na mesa, levo o último jornal. Notícia da bolsa de amores: sobe e descer sem parar. Debaixo do travesseiro, barulho de celular. Desperto sem valer a pena, menos para o que devo despertar. Mudemos de rima. Deixemos de clima, acredito no teu mantra. Está tudo tão bom, está tudo tão certo, tudo tão tanto fazendo. Anoitece e amanhece e nada sai do seu lugar. Não consegui mudar de rima, talvez por terminar bem em cima do verbo que mora em mim. Deixemos. Não prometo mais e deixo que tudo tanto faça. Tanto fazer não deu em nada, porque nada se fez? Acato à formalidade, tirando a poesia das coisas. A ciência vive assim, explicando sem sentir nada. No fim dessas palavras, ninguém irá compreender. Se fossem fórmulas exatas, somariam um resultado só: vinte e três.
P[lay]s[tation]: mais de um personagem, tipo daqueles de clipe, que de mim. Aqui toca Cranberries. Às vezes se escreve pra não perder o motivo, mais do que pra dizer alguma coisa. Acredite se quiser. rss