Acima da liberdade em verso, abaixo do mais tolo sentimento, o centro da mesa jamais esconde, o louco que guardas por dentro. Por amor se bebe. Por falta dele excede, garrafa após garrafa. Bêbados encontram tudo, preenchendo todo nada. Sóbreda, se medita melhor, ou copiosamente chora gloriosa perda do amor em vão. No meu ombro não! Que estou sóbreda. Quis dizer: sóbria.
Bêbada. Trôpega. Sóbreda.
Sem sobras dentro dos copos, os restos dentro dos corpos de fantasmas quase vivos, quase íntimos das ressacas de amar. Bêbadas sempre encontram amores, ama-se tudo, ama-se nada. E pelo amor, bebamos! E pelo amor, oremos! No lixo, e nos escombros, caçamos entulho, pedaços, o preço, de restaurar tudo que um dia fomos capazes de chamar de amor. Na mesa não há mais certo ou errado. A dor deixa seus tons monocromáticos. Borboletas no aquário nadam sem parar. Afrodite deu o seu lugar a Baco. E eu jurando nunca mais amar. Só enquanto durar essa garrafa...
Ps: em negrito, Raquel Barbalho, via Facebook. Disparador: Caio F.Abreu dizendo "...mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: um dia encontro".