segunda-feira, janeiro 9

Mosaico



Por entre as folhas, uns galhos. Cacos de textos e palavras, aos pedaços! Estilhaços de verbos invocados, que não respondem. Desenhos sem arremate pra, quem sabe uma caneta encontrar. Colorido, confuso e organizado, meu mosaico de sentidos, misturados! refletidos nos pedaços de espelho, vidro e azulejos do meu mundo escancarado. Cola, descola, nessa falta de inspiração, memória, corto as pontas dos dedos encaixando pedaços onde não cabe. Um todo não é simples junção de partes. Mosaico novo, com os teus pedaços tortos,  bem assim como me sinto agora. A minha inspiração espera a sua aurora, para que outra vez me sinta merecedora das palavras e sentidos de novo.

segunda-feira, janeiro 2

Noar



Solto, mas tão solto, que não posso caminhar. Solto, mas tão solto, que paraliso perante a janela, a esquina fica a mil léguas, nem mesmo o pensamento pode alcançar... pois estou solto. Dizem que deixado assim: leve. Mas, na falta de gravidade, o impulso se perde e minha feição admite o desespero de quem se viu preso em liberdade. Dentro das mãos um bilhete: quem sabe um  hobby novo? - descuido explícito. Barco à deriva não volta ao porto, onde a pretensa liberdade faz questão de não te deixar ficar. Procuro e já não te ouço. Suportar a mim mesmo, suporta pelo outro que ainda é outro sem mim, admito. Noar.. Noar.. Terra chamando! Câmbio, desligo.


DCD ofereceu-me o sentimento
comprei o desafio e lacei as palavras.