Depois de velha, dei pra chorar por mais de uma coisa ao mesmo tempo. E não entendo. Não há ordem que caiba nas coisas que roem o estômago. Não há ordem que possa caber na obediência da emoção, porque a emoção nunca obedece. E sobre isso ainda não sei se é bom ou ruim.
É tanta chuva que não se aguenta estar só debaixo dela. Espera-se que alguém possa, com você, pisar nas poças. E chutar a água, e molhar a roupa também. A probabilidade de encontrar alguém que possa compartilhar isso de verdade, sintetizando o que se sente numa rede social, qual é?
Mas é preciso falar.
Gritar, ensaiar, vomitar.
Laborar, tecer, endoidar.
E assim alguém [curte].
Depois de
[curtir] o couro da alma, faço um gibão bem enfeitado e vou só, por dentro dos meus arbustos espinhados que por vezes rasgam-me o peito.
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