quarta-feira, dezembro 29

Liber Dadevá

ninguem tem coragem de sustentar a liberdade que reivindica. ninguem, em estado humano, tem coração puritano e reserva sempre qualidades pra quem vem. quem em seu instinto de posse, faz de conta que goste de ter o outro fora de suas maos? o destino força os encontros, quanto mais os desencontros, saimos catando os aprendizados pelo chão e quando percebemos.. tudo foi apenas um ponto de vista. que já foi, ou está de ida. a liberdade ninguém nunca vai saber como é. acordo insensato, confunde sentidos e mentos. acordos insanos, dentro de um mundo sem planos, que nos poupa ou nos tira tempo? a incompletude se amplia na falta da liberdade. necessidades silenciadas, transfiguradas em mentiras toscas. desnecessidades morais, rituais, sinais que anunciam a falência humana. e daqui fala mais uma quadrada na ânsia de ser exata em seu discurso, se recorta em tudo, sendo uma contradição constante. economizando dramas, atalhando os espaços, a melhor sorte é aquela que forjamos em cada passo por dia. a liberdade não é isso. a liberdade é incompreensível. a liberdade é a única verdade... mas a verdade.. a verdade é apenas um ponto de vista.

segunda-feira, dezembro 20

Où et Quand ?

A consciência da finitude não me desespera mais do que a promessa de eternidade. A finitude me tranquiliza e deixa tempo para ser quem sou. No fim, outra estrada. E outra, e mais uma. Confesso que atrapalha a falta de etiquetas com descrições que antecipem meus atos. Mas que quadro inexpressivo seria, então, a vida! A finitude expande o peito  exercita o gosto pelo tempo. Embora não possa dominá-lo, dançarei sobre ele abreviando espaços que não preciso mais. Planos e estrada; os primeiros, quanto mais breves, melhor. A segunda, é consequencia. As pessoas que a decora tem um pedaço de eternidade dentro da finitude, somente isso pode ser pertencido, e o encontro humano nada mais é que essa busca. Seguimos. Se nada, se isso ou aquilo... Qual a utilidade desta sílaba que não sentir, seja, seguir? Um relicário basta, com duas ou três gotas de essência, ou suor de alma nua, e vamos. Eu estou me esperando no fim de cada passo. Maintenant et Ici.

terça-feira, dezembro 14

Eu Bebo Blues

Bebo Blues e me embriago. Escrevo em Blues e me disfarço. Sou capaz até de um cigarro fumar, usar um salto vulgar e um baton lascivo. Meu amigo, traga dois copos e meio da pior bebida, que essa música opressiva não está com nada. Blues pra alma, pro corpo, dançar? Peço licença aos meus dramas, lanço uma jogada de damas, meu vestido não sobe mais do que a fenda permite. Insiste? Sem nomes, sem telefones, sem notas além das musicais. Por favor, mais um Blues, em solo de baixo pra cima e beija, de fato? Olhar que me prende sem tocar, capaz de musicalizar qualquer tabu tornando-o belo. Bebo Blues e me enbriago. Algumas vezes mais elegante, noutras mais devasso, bebum de blues e compassos boêmios. Madrugada a dentro, as escadas me enganam e na cama, retorno a meu som bossa norma. E dia, o céu é Blues e a vida é nossa.

O que não me deixou dormir até agora: http://www.radio.uol.com.br/popup/editorial/blues

domingo, dezembro 5

Hino Poema


Diamante Bruto
No fundo do mundo
Que teme e não sente

Que o tempo é o vento
Levando pra longe
O superficial
Leve pro fundo o que vale..
Um escudo, quem sabe,
De sabedoria te protegeria

bem melhor das pedradas.
O lamento, com o tempo, dissolve

O mesmo resolve te afortunar
Mas cabisbaixa não se vê
Não se acompanha o tempo que passa
Diamante Bruto
Teu fundo de alma se arma
Se mexe
Labora tua jóia
Faz dela perfeita
Que há tempo, ainda há
Por pouco tempo...
Não é cristal, não é vidro
É Diamante Rústico
Sem polir
Sem quebrar
Não seja assim
Vai lapidar
Pega tuas armas
Não se deixe, Diamante,

Endurecer mais ainda
Vire jóia lapidada
Diamante Bruto
No escuro não enxerga
Não brilha
Não vira nada
É carbono tudo junto
Pronto para lapidar
Deixa de medo, busque
Arranque - o do lugar!
Se arme, e não lamente:
Seu labor vai recompensar
A jóia,
Seu diamante,
Seu pertence,
Sua alma.

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Pêéçi: meu hino-poema