Saudações,
Te escrevi dizendo tudo que sentia, e não sinto mais. Te escrevi dizendo tudo que eu queria... e não quero mais. Escrevi falando do meu tempo louco, dos embates bobos aos quais meu coração se viciou. Falei da minha história, do meu jeito, do meu pavor. Escrevi cinco pares de rimas adoidadas, atarefadas demais com outra infinidade de poemas pra rimar: deixaram um ''ps:'' e se foram. Eu parti o papel em quatro, pra dizer só o que fosse suficiente. Escrevi em um oitavo, a distância entre um Sol e outro - ou seja: a duração de um dia. Um dia a carta chegará, e espero que saiba ler. Não gostaria de prender sonhos em linhas, mesmo imaginárias, neste papel amarronzado. Eu gostaria que fossem cartas aéreas, livres, viventes, escritas em par de dois: a gente. Ontem escrevi, dizendo tudo que não servia, por isso dei alforria aquela folha indefesa. Trago aqui palavras vivas, gestos conjugados na terceira: ir, e por isso escrito sem pressa. Assino sem destreza, por achar mais bom viver.
PS: o selo é da sorte, para o nosso bem querer.
vontades intensas demais pra eu pensar.
postei.. lembrei-me melhor das coisas.
Cartas inúteis só são inúteis para os carteiros que não conseguem ler.
ResponderExcluirTexto ótimo.
Quanto tempo!!!E nem me fale do tempo, pois estou procurando por ele faz tempo.
Um abraço!
Senti que podia correr entre suas palavras, voltando às brincadeiras de menino... Saudades frias do tempo que era criança e feliz!
ResponderExcluirBeijinho!
Gosto de chegar por aqui, pena nem sempre ter o que dizer... Tenho que aprender pouco mais com o silêncio!
Bons ventos!
Adorei o texto. Profundo e leve. Como uma carta livre.
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