Pode um poeta mentir, seu Valdinho?
Pode um poeta fingir, se fazer de bendito
Quando maldito for,
Se fazer de menino,
Quando envelhece mais que o avô?
Pode um poeta fingir seu destino?
Escolher (ou esconder) o seu fascínio,
Colher flores onde não tem
Ser pessimista, quando só veem o bem,
Tomar leite e dizer que é licor?
Moço, se fores poeta, como estás a dizer
És tanta gente que não posso saber
Qual delas diz a verdade
Qual delas de ti é parte
Quando só tenho as palavras a que me apegar
Esse caderno, folha amarelada
Tem mais dores que todas as almas
Tem mais gente que o livro da vida
Tem mais contas que meu caderno de dívida,
É escravidão e liberdade. É um Karma.
Pode um poeta mentir, seu menino?
Pode um poeta morrer, moço espreito?
Posso ser o que eu escolher, seu Valdinho?
Pode, Homero. Vou fechar a venda.
Deixa que ponho tudo no prego.
Poderia comentar um testamento, mas prefiro ser sintético.
ResponderExcluirBRILHANTE!
Quem se não o vendeiro para ouvir o poeta?
ResponderExcluirAdorei.
Sandro, querido, muito obrigada!!!
ResponderExcluirEstou tentando pegar no tranco de novo, quem sabe essa tal de prima vera me ajude. hhehe
Beijao!
"Anônimo", Anna Bahia, kkkkk, primeiro, não é mais anônimo. Segundo, a venda foi uma lembrança de seu interesse investigativo... Enorme abraço!
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